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1. |
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Quando você me disse "Vitor,
Está tudo acabado
E vamos viver longe um do outro"
Eu quase morri de desgosto
Por não ter mais
Minha mulher comigo o tempo todo
E passaram-se dias banais, exagerados
E eu sonhava tanto
Um sonho que você me encontra e eu me desencontro e estamos dez datas mais velhos, dez datas mais distantes, dez datas carentes de amor, dez datas nos beijando com amor e ódio novamente
E a gente foi tão fundo
Onde se pensa em se perder
E a gente foi tão fundo
Pra não ficarmos juntos
Novamente
Hoje vou sair com meus amigos
Vamos beber cachaça
E esquecer das mágoas do amanhã
Pois quando você voltou eu me senti tão sozinho
À distância da palma da mão
Eu rodei, eu caí, eu gritei e ninguém me ouviu
E ninguém vai ouvir meu coração, meu coração
E eu sonhava tanto
Um sonho que você me encontra e eu me desencontro e estamos dez datas mais velhos, dez datas mais distantes, dez datas carentes de amor, dez datas nos beijando com amor e ódio novamente
E a gente foi tão fundo
Onde se pensa em se perder
E a gente foi tão fundo
Pra não ficarmos juntos
Novamente
Quando você me disse "Vitor
Está tudo acabado
E vamos viver longe um do outro"
Será que conseguimos?
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2. |
Tainá Müller
04:45
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Super fantástica domou
O mundo com seus anéis
A realeza desembestou
A dizer calúnias por meros réis
A patria amada do berço a mãe
Tornaram-se fiéis
A plenitude que conquistou
O meu navio do deque ao convés
Até o infante alucinou
Seu peito a rugir
O militar que desertou
Trocou bandeiras sem se ressentir
O meu semblante balbuciou
Minhas pernas a tremer
E o personagem que despencou
Trocou anedotas sem o que fazer
Faz bem saber que você é tão
Mas tão bela que até os anjos
Tem de ver pra crer que sua feição
Por mais singela que aparente
Pode redimir
O centenário da privação
Fez anos que apareceu
O funcionário hoje de plantão
Dormiu nos braços do próprio morfeu
A meretriz de salto e calção
De certo não conheceu
Pois se houvesse de sopetão
Entraria em transe com qualquer plebeu
Faz bem saber que você é tão
Mas tão bela que até os anjos
Tem de ver pra crer que sua feição
Por mais singela que aparente
Pode redimir
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3. |
3:00
00:30
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4. |
Homem
06:25
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Houve um tempo em que nós dois erámos feito unha e carne
Houve um tempo em que nós dois éramos inseparáveis
E por isso imbatíveis
Nascidos numa cidade construída na boca do inferno
Nós vencemos
Porque nos fizemos irredutíveis
Quando eu me sentia pequeno e com medo, você pegava a minha mão e dizia
"As ruas não tem medo
e por isso você também não"
Os pássaros voam alto no céu, os peixes mergulham profundamente no mar
E o que nos resta a fazer é empurrar
Todos os limites da extensão do nosso próprio olhar
E aprendemos juntos que assim como a natureza a gente deve nascer, crescer, viver e fazer amor
Com absolutamente nada na cabeça
Quando você assumiu que era gay, eu nem liguei, eu nem liguei
E na hora eu nem pensei, mas pior
Eu nunca me importei
Sem nenhuma malícia pra ver, nós fomos nos separando
Achando que era tudo natural, tudo natural
Tudo tão natural
Mas agora eu volto
E algumas pessoas pensam que eu sou como o trovão
Mas eu sou como a chuva
Eu sou a chuva que vem lavar e levar tudo de volta pro chão
Tudo de volta pro chão, tudo de volta pro chão
Quando fomos para longe um do outro
Você foi sempre, sempre pra frente, sempre pra frente
E eu aqui sempre estagnado
Porque nós, homens, fomos criados
Em corpos tão horrendos, feios e fracos
Senão para sermos amados
Senão para sermos amados
Eu devia ter escolhido você ao invés desses animais sem nenhuma dó
Mas deus sabe o quanto eu sentia falta de algo moderado
E o talento é sempre mais bonito quando desperdiçado
Feito homens cegos e um elefante, nós te julgamos e e te analisamos
Mas hoje eu sei, hoje eu sei, que eu errei
Deus, como eu errei
Nascidos num lugar em que se quebra regras pra sobreviver
Eu não quebrei a pior das regras, eu não quebrei
Eu nunca me importei
25 anos sem beijar um homem
25 anos pra chegar e te dizer
Que se eu tivesse beijado um homem, esse homem seria você
Esse homem seria você
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5. |
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"Deixa pra trás tudo
Siga em frente cego
Perdido"
Aonde fui parar?
"Pegue seus pés e ande
Se um dia parar
Não terás descanso"
Eu vivo pensando
Eu sei
Morrerei pensando
"Perdido"
"Perdido"
"Perdido"
Aonde fui parar?
Será que vai melhorar?
Eu deixo parte de mim
Na areia suja do mar
Feito duas nuvens
Que ao se encontrar
Se desfazem
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6. |
Os Dias Morrem
04:00
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Hão de ser benditos
Os tempos que não me lembro mais
E os passos perdidos
Registrados estão
Nos rastros que deixei
Ranhuras que forgei
Na palma da minha mão
Os calos doem
Resta então só resistir
E continuar
A ser mais um ciclano que
O tempo constrói
Parte da minha vida
Foi traçada por conflitos e tantos mais
E a porção que me intriga
No entanto, é a mais fugaz
É tão comum viver
Mas é melhor saber
Que foi tudo em vão
Os dias morrem
Os meus braços hoje vão acolher
O espaço entre o céu e o chão e se perder
Até que um dia venham me dizer por qual razão
Eu me enchi de culpas sem ser o vilão
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Lupe de Lupe Belo Horizonte, Brazil
Gustavo, Jonathan, Renan e Vitor são uma banda de loud-rock ou noise-pop ou punk experimental de Belo Horizonte. O grupo faz parte do movimento "Geração Perdida de Minas Gerais".
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