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Geração Perdida de Minas Gerais
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Quarup

by Lupe de Lupe

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1.
O futuro é feminino Minha presidente é uma mulher Meu coração é brasileiro Pois o futuro é feminino Minha presidente é uma mulher Meu coração é brasileiro Só vou lutar contra o destino De gente burra e sem temor Esse é o ar que eu respiro Pois o futuro é feminino Minha presidente é uma mulher Meu coração é brasileiro Salve, salve, meus amigos Do Oiapoque ao Chuí Ouçam o som tão cristalino Pois o futuro é feminino Minha presidente é uma mulher Meu coração é brasileiro Minha mãe foi mãe solteira Há muito tempo me ensinou Meus pés e mãos são brasileiras Pois o futuro é feminino Minha presidente é uma mulher Meu coração é brasileiro
2.
Vejo o pôr do sol Tamanho e o tédio que eu nem me importo mais Ainda entendo que os ancestrais aplaudam Haloperidol É tanto estudo, que já não agüento mais Ainda contento que os meus pais aprovam Eu vir parar aqui no sul A conheci era um janeiro quente, meu rosto ensopado Reparei seu ombro nu A tatuagem a mostra admirei Aquela frase, sei já cantei Com gaivotas num tom azul Então indaguei Quem é aquela lá, senão Alguém bom pra conversar, então Quem sabe vejo no R.U. Mas nunca trombei Tento adivinhar, em vão Qual o nome que terá, mas não Insisto, pois limite é tudo Por mais que eu não me ajeite, não me ajeite Sempre tendo a matutar Isso é sempre igual Acordo cedo, resmungo ao levantar Ainda condeno quem me tirar o sono Por mais que normal Bebo no skina e teimo em pensar No dia seguinte que vou mudar, num estrondo O que me tira do sério É essa cisma que tenho Em ser um idoso relapso Que adormeceu e agora só acordou Depois de meses agourando uma baita rejeição No ônibus sucedeu Comentando de uma prova qualquer Eu vi teus olhos, meu Deus, mulher Tomou meu fôlego feito um tufão E ela me sorriu Como posso ser então resistente a você Se não consigo mais pensar a frio E ela me sorriu Eu quero você de tão diferente fez parecer que não Preciso me conter contigo Por mais que foi recente, foi recente Já não posso ignorar Que guri boçal Bebi demais, consegui estragar Mas foi bem feito eu me lascar, de acordo Tri sentimental Sofro antecipado ao relembrar Que agora já era, não vou a beijar de novo Que arrependimento
3.
Desde menina você espera por esse dia Desde que você jogava birosca e amarelinha Você nunca foi de origem pobre Mas também nunca foi de bairro nobre, moreninha Desde a juventude te dizem o que fazer Alguns até te dizem o que é viver Agora você vem me dizer o que é viver "Viver é o maior castigo Viver não faz sentido" Por que tanta mágoa assim nesse mundo que é só seu? Nesse mundo dentro de você? Nunca confie em alguém que tiver mais de trinta anos Tudo tem de começar em alguma hora e em algum lugar Einsten teve de tocar seu violino com sua estantezinha Podemos ser menos duros com nós mesmos, moreninha Desde a juventude te dizem o que fazer Alguns até te dizem o que é viver, o que é viver Agora você vem me dizer o que é viver "Viver é o maior castigo Viver não faz sentido" Por que tanta mágoa assim nesse mundo que é só seu? Nesse mundo dentro de você?
4.
Gaúcha 04:59
Faz tempo que eu não vejo você Essa saudade dói mais que beber mercúrio Te lembra aquele abraço que dei Meus braços se entregaram e pensei do orgulho Que tenho quando beijo você Me arrepio todo ao perceber Que eu queria mais tempo, queria mais tempo Como eu queria mais tempo, queria mais tempo Depois que a gente se beijou aquela noite Todo momento sozinho foi como açoite Eu sei que isso é puramente sazonal Na verdade a gente deve ficar junto igual Eu sei que o teu olhar me faz perder o norte Eu sei que ao lhe tocar sinto - tenho sorte Eu sei que às vezes tendo a exagerar Na verdade o que eu quero é simplesmente estar com ti Te lembra aquela vez que mostrei Os álbuns que ainda quero conhecer a fundo Te lembra aquela vez que falei Do fundo do meu peito que gostei demais de tu Te lembra quando te demonstrei Que tudo que tu quer tu pode ser E que eu queria mais tempo, queria mais tempo Como eu queria mais tempo, queria mais tempo Depois que a gente se beijou aquela noite Todo momento sozinho foi como açoite Eu sei que isso é puramente sazonal Na verdade a gente deve ficar junto igual Eu sei que o teu olhar me faz perder o norte Eu sei que ao lhe tocar sinto - tenho sorte Eu sei que às vezes tendo a exagerar Na verdade o que eu quero é simplesmente estar com ti
5.
Quando eu te vi pela primeira vez Eu não sabia o que dizer sobre você Ver todos esses prédios Que crescem bem mais alto Que todos os meus sonhos Foi feito nascer de novo Todos nós sabemos que é bem diferente Nascer com um corpo e um coração que é alvinegro Mas o que eu posso fazer A não ser me igualar com o que é da minha natureza Que me veio tensa, deselegante, concreta e disforme Eu me vejo em você e você se vê em mim Ainda não havia para mim Ludovic, Hurtmold e a sua tradução Alguma coisa acontece no meu coração Que só sai do metrô da consolação "Nada como um dia após o outro dia" Eu cantava isso sempre sem nem imaginar Que tudo se tornava parte de mim E que você mostrava que o futuro pode estar aqui Ainda não havia para mim Single Parents, Polara e a sua tradução Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando passa em frente do Itaquerão Queria mandar um abraço pra todos os meus amigos de São Paulo no estilo 17. Sei que a vida anda difícil aí com essa galera conservadora e sem cérebro. Tem gente que quer tentar a loucura de separar a gente, mas vamos continuar unidos que venceremos todos, sem dúvida. Um abraço especial pra galera do Espaço Dois e Meio, Pais Solteiros, Jair, Paulo Marcondes, Sinewave, EATNMPTD e companhia. Nós tudo junto e misturado, meus amigos. Agora e sempre. Amém.
6.
Colgate 04:08
O sol se pôs Mas eu não vi Eu vejo tanta tristeza nos dentes brancos de quem ri A juventude é esperta demais Tem dias que Quando eu penso na morte minha pele diz pra eu distrair Hoje eu não quero sair E ouvir nem dois minutos Do que você tem pra me dizer sobre não ter ninguém Meus parabéns Você retornou Li na sua mensagem que o ciso torto é o que mais dói O nosso corpo é fraco demais Meu coração Agora pulsa manchado, laçado numa cicatriz Hoje eu não quero sair E ouvir nem dois minutos Do que você tem pra me dizer sobre não ter ninguém
7.
Seis da manhã O sol me acorda sem despertar Com a mente insã Pergunto horas pra levantar Meus olhos doem Logo começam a latejar E nos lençóis Quase reluto em espreguiçar Mas algo bom Um beijo doce minha face está E o meu humor se alegrou Um bom café pra aquecer Mais um dia pra aborrecer Mas compensou Pra despistar O meu cansaço que está por vir E o mal estar Basta um "bom dia" dizer pra mim E se deixar Até o trânsito me faz rir Eu juro que sinto Juro não minto Que eu não me ressinto Das metas que não alcancei Dos projetos que abandonei Mas compensou
8.
Para bom entededor meia palavra basta Mas você nunca foi muito de ouvir Você sempre disse tudo o que quis E hoje vai ter de ouvir Por acaso, sou eu quem vai dizer Que ela dança melhor do que você Ela tem um gosto melhor do que o seu Fazer o quê? Ela é melhor do que você Se um dia conseguir sair Do buraco que é sua vida vai ver Como é a depressão de te ver por aí E a felicidade que nós temos Quando você não está Pois ela é mais presente que você Ela é mais companheira que você Fazer o quê? Ela é melhor do que você Alguém que só procura os outros quando precisa Tem só um fim que é morrer sozinho No escuro sem o amor de ninguém Sem ninguém pra te ligar Ela transa melhor do que você, todo mundo sabe Ela merece mais do que você Ela é mais gentil do que você Ela é mais madura que você Ela é mais bonita que você Ela é mais inteligente que você Todos nós amamos e respeitamos ela mais do que você Fazer o quê? Ela é melhor do que você
9.
Ágape 05:52
Me acorde em janeiro quando bastar nosso dinheiro E podermos quitar este mês Lave suas roupas intimas, nossos lençóis E conte as vitimas que passar no jornal hoje as três Leve pro São Francisco, pra desaguar Com menos risco de desconciliarmos outra vez Venda nosso respeito, penhore o amor Leiloe o jeito de sempre antecipar no xadrez Pois Lily veja que eu ainda tenho razão São muitos que dirão "dó docês" Pois Lily saiba que eu sei da decepção De nunca ter a mão um pão francês Salve as economias pra variar As regalias vão ter que esperar receber Meu décimo terceiro e se ajudar Em fevereiro começo a trabalhar no buffet Leve pro São Francisco pra desaguar Com menos risco de reconciliarmos outra vez Erga nossa bandeira, vasculhe o mar Por nau estrangeira que possa concordar com Cortez Pois Lily veja que eu ainda tenho razão São muitos que dirão "dó docês" Pois Lily saiba que eu sei da decepção De nunca ter a mão um pão francês Eu sei quanto é difícil recomeçar Sem artifício algum pra se apoiar ou porquês Mas vai valer a pena se bobear A minha quinzena quem sabe vai vingar dessa vez
10.
Fogo-Fátuo 03:53
Você tem muito as cara pra dizer Que tá tudo muito bem que vai tudo ficar tão bem Sendo que eu e você nem nos lembramos mais Como é estar bem A nossa madrugada Passou pelo nascente E foi silenciosamente se tornando alvorada E hoje eu ando me entregando Aos braços dessas pessoas Só pra ver, só pra ter certeza absoluta Que eu ainda faço parte de você E que você ainda faz parte de mim Ah, e como eu confiei Em alguém que consegue ser tão cruel, tão maldoso E tão meticulosamente ardiloso Alguém que consegue fazer eu me sentir tão fraco Alguém que chora pelo sangue das putas Chora pelo sangue dos pobres Mas nunca chorou pelo sangue do próprio irmão Como nós chegamos nesse ponto? Você pôs um fogo no meu peito E esse fogo você nunca irá segurar Ele irá queimar, ele irá te destruir O fogo queima as mentiras E a faca que corta o corpo Nunca será, nunca será A faca que corta que o fogo
11.
12.
O índio Jurupari nos acordou Nós somos Tour de Force Nós vamos matar seus filhos Nós vamos queimar suas casas Nós vamos derrubar suas cidades Nós vamos ferver o seu sangue Nós somos legião Nós somos Tour de Force
13.
Venham, todos podem ser se quiser Vejam por outros olhos o corpo nu de uma mulher Sedentos ou não Vivendo clichês Pra que esperar e ser esquecido Em um meio andar De uma porta até o mais incrível e vivo ser E se tentar Não vai se arrepender Maxim, me pergunto se quer me ter Mesmo que pra isso eu tenha que ceder Da minha função Do meu bel prazer Lhe manipular seria um alívio Mas com outra mulher prefere viver E agora só me resta Servir em meu teatro imóvel Cumprir todos os papéis de uma vez Sentir pelos meus dedos, fios Ao fingir uma orquestra pra três Não quero ser mais um Só quero ser John Malkovich Quero ser quem eu possa definir cada ação Servir em meu teatro imóvel Cumprir todos os papéis de uma vez Sentir pelos meus dedos, fios Conectados à minha insensatez Mesmo que conectados à minha insensatez
14.
Como que alguém pode dar uma noite de sexo e uma pedra de crack Prum moleque que mal sabe andar Mas foi assim que aconteceu Quando o berel atingiu os meus sonhos Eu senti a morte, eu senti a queda Eu senti o cheiro da buceta da sara Eu senti o pesadelo que atinge tanto o nosso povo Quando roubamos o videogame do vizinho Eu vi o caminho todo que seguimos Eu resolvi sair, eu resolvi fugir E então o saulim foi preso por traficar Quando ele saiu eu vi que nos seus olhos restava pouco de perdão Pouco de amor, pouco de ilusão Minha cidade está em ruínas E não é uma música que vai fazer tudo isso mudar Todos nós somos jovens Programado pra morrer nós é E quando o pedro foi assassinado por pegar a mulher de um policial Vimos logo em seguida no que tudo isso ia dar Eu tive de virar uma espécie de líder Eu tive de soprar a fumaça que escurecia Os nossos dias quentes e escuros Você deve estar muito orgulhoso de você De ter dado as costas pra sua cidade Uma cidade que ao menos não nos deu promessas Não nos deu promessas Eu só sei que eu não quero morrer antes dos 27 Mas quando minha hora chegar A morte me encontrará vivo Minha cidade está em ruínas E não há nada que eu possa fazer E pra onde vão os meus amigos quando cada um deles morrer? Quando eu tinha dezoito anos Henrique namorava com uma garota Um dia ela veio e me beijou E eu beijei de volta E eu beijei de volta 8 anos se passaram A vida de Henrique se tornou uma espiral em descendente Semana passada ele se enforcou E eu nunca pedi seu perdão Eu nunca pedi seu perdão Minha cidade está em ruínas E não há nada que eu possa fazer E quando eu morrer também saiba que eu tentei E que eu te amei demais Valadares
15.
Querubim 07:33
Houve um tempo, cansado em que vivi Fadigado eu cresci Houve um dia, marcado no boletim Meus amigos que vinham a mim E houve então, um murmurio de aprovação Mas foi tarde que vi razão E se hoje eu sei bem Que se os dias morrem Meus erros não E se quer saber Aonde quer que eu vá serei Visto perambulando sem nunca chegar A entender O porque de ser tão tolo ao ponto de achar Que vou poder ver Que um dia fui feliz e descansar ao alvorecer E essas feridas, tantas Já não doem Eu nem me importo mais E se essa vida avança, os anos correm Me deixando pra trás E essas feridas, quantas Já não doem Eu nem reparo mais Dou minha face em prantos, que me corroem Mas secos, tanto faz E essas feridas, santas Já não doem Eu já não ligo mais Que ser reconhecido, sem ser vencido Já não consigo mais, não Houve um tempo Em que o céu era azul pra mim também Mas esse tempo Rasgado repousa ao fim Do martírio que aflige a mim E se fosse.o certo, me manteria aberto Ao descaso do querubim
16.
Eu Já Venci 05:21
Todo dia uma nação se ergue pra tentar me odiar E me desculpa se esse ódio fez eu começar a me achar, eu começar a me achar Eu voltei pra dizer tudo de novo, isso tudo que você não quer escutar "Você não é quente, você não é frio, você é morno E porque é morno estou a ponto de te vomitar" Eu cheguei aqui querendo tudo, querendo tudo que você não pode me dar Eu já venci E eu continuo vencendo vocês todo dia A esquerda festiva muda suas lutas todo dia Eu não consigo nem ligar Tudo que eles tem é isso Essa autopromoção travestida de caridade Melhor seria tudo acabar E começar do zero e talvez Fazer tudo do jeito certo Agora minha luta é só minha Não sou um privilegiado que vai beber da fonte da pobreza E depois gorfar só pra te agradar É só o meu próprio poder que me joga pelo ar E é só a gravidade que me traz de volta ao chão Eu já venci E eu continuo vencendo vocês todo dia enquanto eu respirar Sem deuses e sem mestres A nossa atitude fez com que a gente pudesse Ser do jeito que quisesse Longe do dinheiro e da cultura Contrariando suas tradições e suas preces Meu mundo é hoje Esse "chororô" já rodou o país inteiro Usando drogas e bebendo E por onde eu passo eu deixo um estrago Você gostando ou não Eu te vi da janela No caminho pra Vitória Você me disse tudo E nós nem nos vimos de novo E sempre que eu sou cruel Eu lembro da sua bondade Você disse que eu podia ser um gênio Mas pode o filho de uma enfermeira ser um gênio? E de onde vem todo esse rancor? "O que cala sua boca conserva sua alma"? E que diferença faz dizer todas essas palavras? A gente pode até não vencer esses insetos Mas a gente não precisa de se juntar a eles Minhas mãos, rudes demais Minha mente, bruta demais O meu corpo, tosco demais Chegar aqui já diz que eu já venci
17.
Noma 03:44
Tu és perfídia sublime És fel e ardor de uma só vez Meu peito afaga e aflige Na solidão não há porquês Martírios já não me atingem Tua voz ressoa placidez És bela portanto contive Pois teu olhar já me desfez Ao primeiro talvez
18.
Eu perdi, eu perdi, eu perdi Perdi o dia em que cidade virou mérito Aqui sempre foi o reino dos mortos O sol se levanta também E é só do oriente Que mérito tem o Egito pra Mainardi? Podem os cubanos curar os canibais? Abra uma conta É gratuito e sempre será Negar a própria natureza Vamos deixar pra trás Qualquer motivo pra esperança O amor não pode dizer sim Nem mesmo pra você Pois a voz que agora disse não Nunca vai pedir pelo seu perdão Sua pele é feita de seda Seu rosto é feito de vidro Sua alma gêmea que hoje não passa De um fantasma, de uma alma penada O amor não pode dizer sim Nem mesmo pra você Pois a voz que agora disse não Nunca vai pedir pelo seu perdão
19.
Quero te ver mais uma vez Tomar da minha água pois você devia saber Que a mesma água que mata a sede É a mesma água que um dia vai te afogar Você anda feito um rato Você rói feito um rato Você caga feito um rato Mas não não não não não Você não é um rato, você é um artista Você é fraco Eu sinto cheiro de rato Eu sinto cheiro de fel Você é uma aranha que constrói a sua rede feita de fezes E minhas bolas estão cansadas de serem chupadas Talvez os outros não, mas eu estou cansado Da sua falsidade e das políticas Você anda feito um rato Você rói feito um rato Você caga feito um rato Mas não não não não não Você não é um rato, você é um artista Você é fraco Eu sinto cheiro de rato Eu sinto cheiro de fel
20.
Quase chorei Mas lavei minhas mãos E observei, do alto um rei Prostrado ao chão Quase chorei, mas marquei minhas mãos E perguntei, sob qual lei É a acusação Respousa em alto mar As promessas que não fiz Os dilemas que não quis E sinto ressoar Antes de mim, quem se foi? Todos somos Nunca foi
21.
Carnaval 14:57
Todos seguem uma agenda Todos são os mesmos, afinal Hoje a quarentona vai sair Pois é noite de carnaval E quando ela vê um moço No dance ela vai direto ao ponto Mais tarde ela diz pro moço "Passe seu pau no meu coração" Nada deixa alguém mais relaxado Que sexo e também mais excitado E quando ela estende suas pernas e diz sim O vento não refresca sua bunda E ela pensa no fim O bêbado vai se vangloriar Por ficar mais embriagado Como se beber cerveja fosse Te deixar menos atolado O compositor toca na banda de samba Com influências de carimbó Hoje vai sair num bloco E não vai voltar pra casa só O que os dois tem em comum Nada, além do fato de terem barba E do fato de que os dois hoje transam No desespero com garotas desmaiadas O taxista hoje faz viagem Com o homossexual Ele pensa que ele é um playboy Que tem uma fixação com sua região anal A velhinha está voltando pra sua casa Com dois vestidos que comprou Vai vendo como BH é linda à noite E as obras que ela não presenciou Os três possuem o mesmo destino Mas numa discussão sobre homofobia O taxista atropela a velhinha E põe fim à uma rara e longa vida de alegria Hoje a evangélica vai direto Pra Batista da Lagoinha O curioso é que ela em sua mente Se identifica muito com as feministas O cuidado com seu corpo E a liberdade de poder ter seus cabelos As orientais com suas burcas O desafio, enfim, é ser mulher E no testemunho que a banda dá Eles gritam que a indústria gospel é o inferno E que ganhar dinheiro nunca foi louvar E no céu não se entra quem usa terno O idiota chega e diz Que as drogas não trazem só malefício Mas ele está farto de sua saliva E se excitar agora é um sacrifício Ele perdeu sua namorada Que agora chora no chuveiro Pensando em como ele a traiu Enquanto a água escorre abraçando seu joelho É, mas ele era tão charmoso E ela sempre pensou que ele a merecia O coração é um punho envolto de sangue Que pulsa, que bate, que batia Hoje a princesinha vai ser desejada A cada dois segundos O negro da periferia não encontra seu lugar no mundo E no auge de sua loucura Ele pensa que ela é o sol E que é só o sol que brilha O sol quando passa na pele negra E até o dia que o sol Se deitar de vez, ele irá brilhar E todos os que tem a pele negra Sem dúvida, irão brilhar também Eu fui direto ao seu portão Mas eu não chamei Vocês cantavam a canção da glória A canção da fantasia Eu me lembrei de como eu já cantei Também a canção da vida E eu me peguei então cantando uma canção de minha própria autoria A minha melodia é vã e arrogante E parece engolir as outras melodias Com a violência que é a minha voz E que apesar de corajosa e arredia No fim tende sempre a se juntar A todas as outras melodias Numa grande e estupenda harmonia Num conjunto sublime e universal Que soma a destruição e o amor Num conjunto final Carnaval

about

geracaoperdida.bandcamp.com

Esse disco é dedicado à Guilherme Monteiro, o Calango, amigo próximo e um dos primeiros companheiros de banda de Gustavo e Vitor que faleceu esse ano.

Agradecimentos especialíssimos e em primeiro lugar à Jonathan Tadeu, Lucas "Pedro Evandro" Maranhão, Vitor "Boss" Ávila, Mauro Novaes, Júlia Costa, Tiago Baccarin, Sofia González, Felipe Aguiar, Raíssa Mancia, Sérgio Giffoni, Luiz Henrique (de Muriaé), Vinícius Vacari e Paulo Marcondes. Sem vocês esse disco não existiria do jeito que foi concebido. Vocês são os melhores!

Agradecimentos à toda Geração Perdida de Minas Gerais - particularmente a Mailton "Macunaíma" Oliveira, Pedro "Ordep" Vieira, Geraldo "Neto" Carvalhais, Henrique "Negão" Morais, Marcelo "Poeta" Diniz, Suzanne Horta, Ana Clara Nogueira, Túlio Magno, Marina Horta, Damiany "Damy" Coelho, Vinícius "Bini" Pereira, Hugo Nick, Jairo "Young Lights" Paes e Filipe Monteiro. Vocês nos ajudaram e nos apoiaram em momentos de dificuldade que talvez nem vocês saibam e nunca vão saber. Obrigado.

credits

released November 12, 2014

Arte por Júlia Costa e Tiago Baccarin.

Quarup foi produzido por Vitor Brauer no estúdio caseiro da Geração Perdida de Minas Gerais.

Baterias e derbaks gravados no Estúdio Giffoni (Casa Antiga). Vozes, guitarras, percussões, teclados, sintetizadores e baixos gravados no estúdio caseiro da Geração Perdida - com exceção das vozes de Renan Benini, gravadas no Estúdio A Vapor em Pelotas - RS, ambientação de "Jurupari", gravadas no Rio de Janeiro por Cadu Tenório, e a bateria de "Você é Fraco", sampleada de vários vídeos do Youtube.

Letra e voz principal em "O Arrependimento", "Gaúcha", "Ao Meu Verdadeiro Amor", "Ágape", "Orquestra Pra Três", "Querubim", "Noma" e "A César O Que É De César, A Deus O Que É De Deus" por Renan Benini. Letra e voz principal em "RJ (Moreninha)", "SP (Pais Solteiros", "Esse Topper Foi Feito Para Andar", "Fogo-Fátuo", "Jurupari (Part. Cadu Tenório", "Minha Cidade em Ruínas", "Eu Já Venci", "Você É Fraco" e "Carnaval" por Vitor Brauer. Letra e voz principal em "Colgate" e "Reino Dos Mortos" por Gustavo Scholz. Letra e voz em "O Futuro É Feminino" por Cícero Nogueira, Gustavo Scholz, Renan Benini e Vitor Brauer.

Baterias, vozes, guitarras, percussões, teclados, sintetizadores e baixos gravados por Lupe de Lupe. Com a exceção do baixo em "Você É Fraco", por Mikeias Belfort, ambientação em "Jurupari", por Cadu Tenório" e derbak em "O Futuro É Feminino" e "Carnaval", por Sérgio Giffoni.

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Lupe de Lupe Belo Horizonte, Brazil

Gustavo, Jonathan, Renan e Vitor são uma banda de loud-rock ou noise-pop ou punk experimental de Belo Horizonte. O grupo faz parte do movimento "Geração Perdida de Minas Gerais".

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